Respeite o ciclista.

Respeite o ciclista.
imagem retirada do site http://bicicletadacuritiba.org/2012/02/va-de-bicicleta-e-se-nao-for-respeite-os-que-vao/

domingo, 15 de abril de 2012


Há um pouco mais de sete anos, a Folha de S. Paulo públicou a reportagem abaixo em uma de suas páginas, falando sobre a utilização da bicicleta no cotidiano das pessoas. Leia, e ao final verificaremos se houveram mudanças para facilitar sua utillização, ou se as dificuldades de ONTEM ainda são as mesmas dificuldades de HOJE!
18/11/2004 - 09h58

Repórter narra experiência de andar um mês de bicicleta por SP

MARCOS DÁVILA
da 
Folha de S.Paulo


   Um mês de bicicleta, todos os 
dias, por São Paulo. Assim, quase
fui roubado, freei a um milímetro 
de um pedestre, achei que seria 
esmagado por ônibus 
ou carros pelo menos três vezes e tive que andar 2 
km com um pneu furado, sem contar as inúmeras 
vezes que a correia soltou e tive de botar a mão na 
graxa. Ainda assim, vale a pena pedalar nas ruas da 
cidade só pela sensação de liberdade, de chegar de 
um lugar ao outro pelas próprias pernas e não gastar 
nada mais além de água. 

   Minha aventura quase acabou 
antes mesmo de começar. 
   No primeiro dia de trabalho com a 
bicicleta, tentaram levá-la de mim. 

Depois de vir um segurança, a 
pessoa fugiu e ganhei a bicicleta de 
novo. Dica: se for prender sua 
bicicleta num poste -e isso vai ser inevitável alguma 
hora- não economize na corrente. 
   Mesmo sendo proibido pelo Código de Trânsito, 
andar na calçada, na contramão e furar o sinal 
vermelho é o hábito da maior parte dos ciclistas que 
anda por São Paulo. E, como não existe fiscalização, a 
tentação de violar a lei é realmente grande. Quase 
atropelei um pedestre a única vez que, por distração, 
passei no sinal o vermelho.

   O pior foi o centro durante a semana.  
Os pedestres invadem a pista a toda 
hora. Caos.Ou seja, o crescimento dos 

chamados bicicletários subiu muito, 
mas não podemos negar que ainda a 
muito o que se fazer por parte dos 
governantes, para que esses dados 
sejam 100% positivos.

   Depois disso tive que suar para 
convencer um estacionamento a aceitar 
minha bicicleta. Esse é um dos grandes 
problemas do ciclista urbano: pouquíssimos 
estacionamentos vão aceitar sua bicicleta. 
Praticamente não existem bicicletários e paraciclos na cidade.
   "Ninguém respeita bicicleta nessa cidade", disse um 
motoboy depois de ver um carro fechar minha
 passagem num cruzamento. O chavão do motoboy
 solidário realmente faz sentido, ainda mais se 
somado com outro lugar comum: "dirigir em São 
Paulo é estressante".
   Não espere grande amizade nos motoristas, 
principalmente dos que estão dirigindo ônibus. Mas é
impressionante como um sorriso ou um "bom dia" na 
janela do carro sempre deixa os motoristas mais 
calmos. E, a exemplo do motoboy, outros motoristas 
expressaram simpatia com acenos e sorrisos de 
dentro dos carros.
   É verdade que o momento mais estressante de toda 
a experiência foi quando um cidadão passou de carro
pela esquerda e gritou alguma bobagem no meu 
ouvido. Um tipo de brincadeira boba, mas que 
desconcentra o ciclista e pode levar tudo a perder.
   O melhor passeio de bicicleta foi, sem dúvida, no 
centro da cidade nas primeiras horas da manhã, 
durante o final de semana. Sem pedestres e carros, é 
possível pedalar tranqüilamente e observar que o 
centro ainda é um dos lugares mais bonitos de São 
Paulo.
   Não custa nada avisar: está fora de cogitação usar 
cachecol quando for pedalar. Ele pode se desprender
do pescoço e enganchar na roda traseira. Foi o que 
aconteceu com este pateta. Mais uma hora com a 
mão na graxa, mas um sorrisinho no rosto.


   Ao final dessa reportagem, não é difícil perceber o 
que mudou e o que ainda ficou a desejar de alguns 
anos para cá:

   Segundo a CPTM, o Metrô dispõe de 17 bicicletários 
que além de você poder deixar sua bicicleta 
gratuitamente, tem o sistema de empréstimo de 
bicicletas. Disponibiliza também para seus usuários, 
13 paraciclos em estações, que são estruturas para 
prender as bicicletas utilizando corrente e cadeado 
do proprietário.   

   De acordo também com uma matéria feita pelo 
Jornal Estadão, entre 2010 e 2011, o número de 
bicicletas estacionadas subiu 150% e o de
 empréstimos, 55%.
   
   Os bicicletários mais procurados da Companhia 
Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), se dá nas 
Linhas 11 e 12. Ambas ficam na zona leste, longe do 
maior investimento feito pela companhia em 
bicicletas: a ciclovia da Marginal do Pinheiros, usada 
majoritariamente nos fins de semana.
   Outro caso que podemos citar, é a falta de consciência e repeito por parte dos habitantes de nossa cidade, que ainda sentem dificuldade em respeitar os ciclistas, pois dentro dos carros fecham a passagem num cruzamento, e a pé, insistem em invadir o espaço tão restrito, reservado a eles.









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